sexta-feira, 26 de maio de 2017

“Tenho tanta vitalidade que me sinto com 12 anos”





Daniela Pandini


Sentada à beira do fogão, Olímpia Sardanha mostra que memória é o seu ponto forte. Conta com detalhes toda sua vida. E olha que história é o que não falta, afinal de contas não é qualquer um que chega aos 92 anos com toda essa vitalidade e disposição. Olímpia concedeu entrevista ao Blogger Cecília Ax em Ação, realizada pela aluna Daniela Pandini, sua bisneta.
Natural de Rodeio, nasceu em 1925. Não se acanha em contar a vida sofrida que teve na infância. Foi criada na roça e teve que trabalhar muito. “Carregava madeira, capinava, plantava, fazia tudo para ganhar dinheiro e ter o que comer no dia seguinte. Éramos muito pobres”, lembra. Aos 17 anos, ganhou um sapato, até então só andava descalço ou de chinelos de dedos. Não consegue esquecer o quanto o pé ficou machucado, pois o número era menor, mas mesmo assim não deixava de usar. Olímpia veio para Presidente Getúlio aos 20 anos, quando casou com Joaquim Kisnner. Da união, teve quatro filhos. Continuava a trabalhar na roça e lembra que a vida continuava difícil. Dona de uma memória invejável, fala com detalhes de Presidente Getúlio. Eram estradas de chão e andava a cavalo pelas estradas. Também tinha uma charrete onde colocava os filhos pra passear.
Continuou na agricultura e levava os filhos juntos para garantir o sustento. Gostava de ir à missa aos domingos e de curtir o fogão a lenha. “A vida era muito difícil, passávamos muita dificuldade. Hoje as coisas são bem fácieis e muitas pessoas não dão valor”. Olímpia disse que não sabe exatamente o segredo de ter uma vida longa, até porque, para ela, a idade não passou. “Eu me sinto com 12 anos, sou muito forte. Tenho poucos problemas de saúde, só problema da vista depois que tive um AVC, tenho a perna machucada e um pouco de diabetes”, conta. Mesmo com algumas dificuldades, ela cozinha, lava roupa, gosta de assistir novela e plantar flores. Cuida da alimentação, mas não dispensa um cafezinho. Recebe muito carinho da família e, principalmente da neta, Daniela, que enche a bisa de mimos.

Olímpia é um exemplo de sabedoria e longevidade. “Quero viver muito mais ainda para poder acompanhar a vida dos filhos, netos, bisnetos e todos que ainda estão por vir”, diz, com um largo sorriso.

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